Como produzir silagem com qualidade?

Nathaly Carpinelli e Osvaldo Sousa

A ensilagem é uma forma de preservação de forragens verdes úmidas por acidificação. O processo de confecção da silagem é composto por diversas etapas e o sucesso está diretamente ligado a boa condução de cada etapa, que compreende desde a escolha da cultura a ser plantada, do tipo de silo (trincheira, superfície e horizontal ou bag), momento da colheita (matéria seca e “maturidade”), escolha do inoculante, preenchimento, vedação e manejo do painel do silo/desabastecimento.

A silagem pode ser obtida através da adição de ácido ao material a ser conservado ou através da fermentação de carboidratos sob condições adequadas de umidade e anaerobiose para que ocorra a ação bacteriana nesse material. A ausência de oxigênio e queda do pH em um curto espaço de tempo, permite o desenvolvimento de microrganismos anaeróbios produtores de ácido lático, que são de suma importância para a ocorrência do processo fermentativo. Além do processo de fermentação, a abertura do silo e desabastecimento é de suma importância, pois a reexposição do material ao oxigênio pode afetar a qualidade do alimento que será fornecido ao rebanho. Desta forma, se atentar ao processo de compactação e utilizar inoculantes capazes de inibir o crescimento de leveduras, podem conferir maior estabilidade aeróbica ao alimento e menor proliferação de microrganismos indesejáveis (leveduras e mofos). Sendo assim, a combinação de técnicas e ferramentas para que reduza o pH rapidamente, expulse o oxigênio, estabilize o material rapidamente (pH abaixo de 4,2) e evite a proliferação de fungos após a reexposição do oxigênio são de extrema importância para o processo de ensilagem, e dentre essas técnicas a utilização de inoculantes é uma ferramenta eficiente que contribui para o sucesso da ensilagem.

Os inoculantes são adicionados às silagens com a finalidade de corrigir características que são inerentes à matéria prima (matéria seca, concentração de açúcares, entre outros). O objetivo da utilização de um inoculante é principalmente para otimizar o processo fermentativo, evitar futuros problemas com relação à qualidade do material ensilado e garantir uma maior estabilidade aeróbica após abertura do silo. Um inoculante eficaz age de forma a dominar todo o processo de fermentação, resultando em uma queda mais rápida de pH e fermentação mais eficiente dos carboidratos, oferecendo uma maior proporção de ácido láctico neste processo, minimizando a degradação da proteína. Isso tudo tem como resultado final uma menor perda de matéria seca e maior preservação da qualidade do alimento.

Várias espécies de bactérias podem ser utilizadas nos inoculantes, podendo ser: homofermentativas, heterofermentativas ou combinação das mesmas. Lactobacillus plantarum (homofermentativa) e a Lactobacillus buchneri (heterofermentativa facultativa), são exemplos de bactérias ácido láticas mais utilizadas em inoculantes, com objetivo de melhorar o processo fermentativo e garantir estabilidade aeróbica. Obter o domínio rápido e completo da fermentação da silagem por bactérias ácido láticas é o caminho para se obter um alimento de alta qualidade, pois conseguimos maximizar a conservação dos nutrientes presentes no material ensilado. Com isso, entregamos para o rebanho uma silagem de alta qualidade nutricional, que irá auxiliar o produtor a melhorar a qualidade da dieta e, em consequência, aumentar os ganhos produtivos da fazenda.

Ter a bactéria certa é somente metade do caminho. Elas devem estar prontas e funcionando o mais rápido possível após aplicação na cultura. A maioria dos inoculantes no mercado contém bactérias liofilizadas, um processo que preserva sua estrutura até que se adicione água para sua reativação. Sendo assim, quando utilizamos inoculantes nas silagens, estamos entregando um grande número de bactérias ao material, especialmente selecionadas, que irão dominar a   população natural de bactérias da forragem e iniciar o processo fermentativo mais rapidamente, por isso, devemos nos atentar a alguns pontos importantes na hora de escolher um inoculante, como:

  • Quais bactérias estão presentes;
  • Qual o nível de segurança da sua manipulação/aplicação;
  • Estudos científicos que comprovem a eficácia do inoculante;
  • Contribuição no processo fermentativo e perdas de matéria seca (%);
  • Nível de estabilidade aeróbica;
  • Manutenção/aumento no valor nutritivo da cultura conservada;
  • Retorno em produtividade animal;

 

A Nutricorp trouxe para o Brasil o Ecosyl, considerado o inoculante de silagem mais pesquisado no mundo. Ele é composto por uma cepa única e especializada de L. plantarum chamada MTD/1, e também L.buchneri que auxilia na estabilidade aeróbica na abertura do silo. O diferencial, é que Ecosyl e Ecocool agem em uma ampla faixa de pH da silagem, (acima de 6,8 e abaixo de 4), e sem a necessidade de cepas auxiliares para iniciar a fermentação, promovendo a multiplicação das bactérias do início ao fim do processo. Tudo isso faz com que o Ecosyl e Ecocool seja diferente e específico.

Em resumo, o processo de ensilagem é um método de conservação dinâmico e de extrema valia dentro do sistema de produção de bovinos (corte e leite). No entanto, pode se apresentar como um processo complexo composto por diversas etapas dentro do sistema de produção, sendo necessário devidos cuidados e atenção durante a ensilagem para minimizar as perdas, maximizar os resultados e garantir o sucesso da operação. Existem estratégias para otimizar a conservação como a utilização de inoculantes a base de bactérias L. plantarum e/ou L.  buchneri, melhorando assim a qualidade do alimento que será ofertado ao rebanho, e consequentemente o desempenho dos animais. Vale ressaltar que a utilização dos inoculantes não anula ou extingue as boas práticas de produção, sendo utilizado como um “seguro” para a silagem sendo produzida dentro do sistema de produção.

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