Déjà vu. Boi gordo apresenta forte queda com a saída da China das compras.

Sabe aquela sensação que temos que algo já aconteceu e ficamos pensando: “peraí, eu já vi isso acontecer, não é a primeira vez”. Isso se chama Déjà vu. Segundo a Wikipédia, essa palavra se refere a reação psicológica da transmissão de ideias de que já se esteve naquele lugar antes, já se viu aquelas pessoas, ou outro elemento externo. É exatamente isso que estamos passando no mercado do boi, novamente acordamos com a notícia bombástica da confirmação, novamente, de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) popularmente conhecida como “mal da vaca louca”.

Diferentemente de 2021, quando foram identificados os casos nos frigoríficos, dessa vez a ação ocorreu em uma fazenda no estado do Pará, que prontamente abateu o animal e tomou medidas de contenção da fazenda após a confirmação do caso. Vale ressaltar que o Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde, é considerado como um país de risco praticamente zero para a ocorrência da doença de forma natural, quando o animal é tratado com alimentos de origem animal. De qualquer forma, mesmo o caso ser isolado e o resultado do laboratório divulgado no dia 22 de fevereiro foi tido como atípico, o Brasil seguiu rigorosamente o contrato com a China suspendendo os abates de animais, algo que precisa ser liberado pelo governo chinês para ser retomado.

Se fizermos uma conta de padeiro, o Brasil exporta entre 25 a 30% da sua produção de carne para o mercado externo, sendo que a China representa 57% desse mercado. Dessa forma, do dia para a noite, perdemos entre 14,3% a 17,1% das vendas. Em base monetária, o país asiático foi responsável por movimentar 485,3 milhões de dólares no mês de janeiro, segundo as informações divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior.

Como resultado, o mercado do boi gordo segue desaquecido, apresentando seguidas reduções de preço. O mês de março fechou a média dos primeiros 15 dias em 274,62 reais/@, uma redução de 5,21% quando comparamos com o mês de fevereiro e -20,33% com mar/22. Para os frigoríficos também houve forte recuo nas operações, os papéis do JBS fecharam o mês passado com redução de 4,3% e para o Minerva, que trabalha fortemente no mercado de exportação, a redução foi de 7,9%.

Agora para todos que trabalhamos no meio, a grande pergunta é: como será o Déjà vu da volta da China às compras, igual 2019 ou 2021? O que todos esperávamos era para a resolução ser igual 2019, uma semana, mas pelo andar da carruagem podemos estar próximos ao último caso. Seguimos sem nenhuma informação ou pelo menos uma fonte confiável de que o embargo está no fim, e nos resta aguardar o governo chinês tomar sua decisão.

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